Giro d’Italia – Etapa 20: Preview

Giro d'Italia - ST20 (convert.io)

A última e decisiva etapa do Giro d’Italia, etapa 20 com duas subidas ao Monte Grappa. Será que alguém consegue bater Pogacar?

A rota da etapa 20 do Giro d’Italia

184km e 4.250m de elevação vertical. Uma parede conhecida como Ca Del Poggio que já apareceu no Giro e em outra corrida antes. Aqui ela será usada para diversão, dificilmente definira a etapa.

Climb (
Monte Grappa – Perfil

Duas subidas ao Monte Grappa, 18kkm com média de 8,1% de inclinação, é duro. Todavia, teremos duas breves descidas no caminho, então a inclinação é frequentemente 9% ou mais. As descidas são tão importantes quanto as subidas, sendo traiçoeiras em alguns trechos. Frequentemente ocorrem em uma estrada estreita através de áreas arborizadas.

A linha de chegada está após descer até a cidade com um plano para finalizar.

Os competidores para a etapa 20 do Giro d’Italia

Depois de duas etapas na montanhas onde a fuga venceu, Pogacar disse que quer essa etapa. A única coisa que pode impedi-lo é sua arrogância, pensar que é fácil demais. Ele sempre pode perder uns sprint ou achar que descer primeiro pelas descidas é arriscado. No entanto, é provável que ele se afaste dos rivais, então perder em um sprint parece improvável.

A fuga tem uma chance, mas requere os ciclistas certos e de preferência cedo na etapa.

Ter muitas equipes e cada equipe precisando de mais um ciclista. Um trabalhador que irá rebocar seu escalador nas planícies e para construir vantagem e puxar a fuga. Mais fáci falar do que fazer, é claro. Nairo Quintana da Movistar selou sua vitória no Giro há uma década aqui. Michael Store da Tudor e JP Lopez da Lidl-trek seriam outras boas opções.

Temperatura

Deixaremos de ter chuva na etapa 20 do Giro d’Italia, o sol estará brilhando! Devemos ter temperaturas na casa dos 20 °C na base da subida e caindo para 10°C no topo.

Um cartão postal de Bassano del Grappa

Posta - Grappa
Postal de Bassano del Grappa

Bassano del Grappa deveria ter sediado mais etapas do Giro. Uma grande cidade localizada ao pé do Monte Grappa, hoje vê a nona chegada da corrida. A primeira deste século. Entre os vencedores do passado aqui estão Fausto Coppi em 1946 e Eddy Merckx em 1974. Será que Pogacar pode se juntar a esse clube?

Um dos ângulos interessantes do Giro deste ano tem sido a cobertura de Pogacar na mídia italiana. Muito à frente de seus rivais, há pouca cobertura perguntando se Martínez ou Thomas poderiam superá-lo. Em vez disso, há frequentes e lisonjeiras comparações com Merckx e Coppi. Apelando às gerações mais jovens, com grandes nomes de outros esportes como Michael Jordan ou Tiger Woods. A Gazzetta de ontem tentou compará-lo a dois grandes futebolistas Serie A, Rafael Leão e Victor Osimhen. Ambos têm cláusulas de rescisão enormes em seus contratos para evitar que equipes rivais tentem comprá-los.

Pogacar é comparado a Merckx, mas eles são muito diferentes em muitos aspectos. Não apenas separados por suas eras. Se os ciclistas e equipes lamentam ser eclipsados por Pogacar. Eles têm isso mais fácil em comparação com Merckx de algumas maneiras. A história de Dino Zandegù vem à mente…

Uma história, duas lendas…

Zandegù era bom ciclista, ele venceu o Tour de Flandres e a competição por pontos no Giro. No Giro de 1970, durante uma etapa, um vinicultor toscano ofereceu 40 garrafas de vinho ao vencedor. Sem pontos, sem bônus de tempo: apenas vinho. Zandegù nota Merckx se preparando, mas o engana para ganhar o sprint e o vinho. Merckx ficou furioso e declarou “aquele Chianti era meu” e ameaçou Zandegù. Dizendo que ele nunca mais correria um criterium, uma importante fonte de renda para os ciclistas. Após a etapa, Merckx rastreou Zandegù em seu quarto de hotel para exigir metade do vinho. Zandegù cedeu.

Já sendo o ciclista mais bem pago do esporte, aqui vemos Merckx enfurecido porque alguém o venceu. Chegando ao ponto de fazer ameaças e até perder tempo rastreando Zandegù para exigir metade do prêmio. Tudo por um vinho que ele facilmente poderia comprar.

Indicação para os aficionados

Essa anedota lança alguma luz sobre a compulsão de Merckx para vencer. Ela é contada no livro de Daniel Friebe, “Eddy Merckx: The Cannibal”. Um livro que merece ser relido neste verão, dada as múltiplas menções a Merckx. Friebe escreve sobre as alegações de um estilo de corrida “mafioso” que usava força e até violência. Intimidando os outros, parte disso vindo de colegas de equipe zelosos demais para impressionar seu chefe. Provavelmente o tipo de tática que não aconteceria hoje com as redes sociais. No entanto, se Pogacar vencer hoje e depois vencer no geral, ele terá superado Merckx. Ele que “apenas” venceu cinco etapas no máximo a caminho da vitória geral. Embora Pogacar não ganhe uma caixa de vinho…

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Sobre o autor

GiroCiclista

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