Geralmente existe um momento que define uma prova, uma fuga, um ataque. Mas não desta vez. Tadej Pogacar nunca este em apuros, neste Giro d’Italia. Mesmo que Narváez e Schachmann tenham se saído melhor que ele na etapa 1.
A próxima etapa sentido Oropa definiria as três semanas seguintes. Pogacar caiu no pé da subida, recuperou-se e passou o pelotão inteiro. Em sequência Majka puxou e Pogacar atacou e ele se foi sozinho. Qualquer um que tentasse acompanhar ele, nesse caso Ben O’Connor teria suas asas cortadas. Enquanto Daniel Martinez e Geraint Homas chegaram atrás com 30s de diferença.
Diferenças de tempo entre os competidores da GC e Pogacar
Olhando o tempo de cada etapa, dos principais “rivais” de Pogacar, se percebe algo. Pogacar nunca teve dificuldades. Na etapa 7, o primeiro contrarrelógio individual, todos perderam tempo para ele. Sem contar a etapa 15 e a etapa 20, onde ele mostrou total dominância da prova.
Idealmente, ocorreria uma revolta entre os derrotados, mas quem queria virar a mesa e quem poderia? Enquanto Pogacar passeava de rosa, havia falta de luta entre os outros competidores da GC. Houve apenas um pequena batalha entre Thomaz e Martinez após o contrarrelógio do Lado de Garda. Também é possível ver como o fim de semana de abertura deixou Tiberi e Arensman à deriva.
Em alguns momentos parecia como ver duas corridas em uma só. Uma colorida onde Pogacar fazia o que queria. A outra corrida cinza, onde os atletas foram confrontados com forças mais poderosas do que eles.
Pogacar nunca esteve em apuros, certo momento sua maior ameça foram os comissários. Eles fizeram uma “tempestade em um copo de água” sobre a cor de seu bretelle. Ele também parecia entediado nas primeiras entrevistas pós-etapa. Com o tempo, quando essas coisas ficam tediosas, o charme angelical retornou.
A maglia ciclamino e os sprints
Os sprints terminaram em um duopólio graças a vitória de Tim Merlier em Roma. O belga e o italiano Jonathan Milan terminaram com três vitórias de etapas. A competição foi interessante graças a variedade de finais, particularmente na primeira semana, com chegadas em montanha.
Milan venceu pelo segundo consecutivo a competição por pontos ciclamino. Milan parece ser um dos sprinter mais empolgantes, com seu estilo robusto e capacidade de ir longe. Merlier atravessou os Alpes em um grand tour pela primeira vez, então há satisfação para ambos. Todavia, nenhum deles deve participar do Tour de France, então uma batalha de sprints continua distante. Assim como a batalha pelo GC teve ausências, os sprints também tiveram. Kooij, Girmay, Jakobsen entre as saídas, com Kooij vencendo antes de abandonar.
Vitórias por etapas do Giro d’Italia 2024 – Pogacar no topo!
Seis vitórias de etapas para Pogacar, três para Milan e Merlier, ou seja, pouco para o resto.
Muitas vezes vimos a fuga com chance, apenas para no quase, perseguidas pelas equipes fora da fuga. Não foram apenas a DSM e Movistar no meio da corrida. A vitória astuta de Benjamin Thomas em Lucca aconteceu graças à Alpecin, que desgastou os trens de sprint.
Outras vitórias em fugas encerram um bom dia de esporte. Andrea Vendrame e Julian Alaphillippe voltaram a vencer, mas de forma diferente, apostando em ataques longos. Pelayo Sanchez, Valentin Paret-Peintre e Georg Steinhauser conseguiram vitórias inéditas.
A vitória de Ganna foi um grande momento para ele. Um momento triunfante para alguém que era frequentemente retirado do “hot seat”. Ele também estava na disputa por outras etapa, sendo útil para Ineos, provavelmente a equipe mais forte.
Outro sucesso em casa veio com Antonio Tiberi. Ele que se tornou “um homem de três semanas”, dito pelo gerente de sua equipe Enrico Gasparotto. Crucialmente, ele escreveu novas manches para substituir as antigas, mostrando uma figura confiante na TV. Economicamente, o ciclismo italiano está em baixa sem uma equipe principal, mas na estrada as coisas evoluem. Talentos como Milan para o sprint e Tiberi estará de olho e Giulio Pellizzari que surge rapidamente.
Mudanças no planejamento…
O Stelvio não foi percorrido e a substituição pelo Umbrail também não aconteceu. Após Aosta no ano passado, Livigno testemunhou uma greve não declarada dos ciclistas. Enquanto os ciclistas se sentavam nos carros das equipes e o prefeito de Livigno ficou na chuva. Sem que ninguém aparecesse para explicar. Isso deixou os espectadores tentando juntar as peças do que aconteceu. O incidente já está meio esquecido, mas provavelmente não deveria ser. Se as reuniões sobre clima extremo não forem uma troca real, mas sim um diálogo entre surdos.
No entanto, o clima deste ano foi uma grande melhoria em relação às condições sombrias de 2023. O sol brilhou na maioria da corrida, tornando-a muitas vezes alegre e brilhante.
O veredito sobre a vitória de Pogacar no Giro d’Italia
Existem opiniões divergentes sobre o quão emocionante é ver o favorito pré-corrida vencer facilmente. Isso é normal, pois o prazer não é uma questão de obrigação ou prescrição. Pogacar certamente deu um show. Ele não fez sua equipe derrubar rivais para conquistar vitórias, ele atacou de longe. Sua equipe UAE foi valente, mas não intimidante. As etapas de sprint e as fugas proporcionaram bastante esporte.
Corridas de bicicleta lendárias frequentemente apresentam uma disputa que se resume a um duelo. Todavia Pogacar foi inigualável. Sozinho na frente, nunca incomodado pelos outros na corrida. Ele foi comparado a Coppi, Merckx e Hinault, em vez de seus pares. Ele está escrevendo sua própria história.
Se lamentamos a falta de competição durante as últimas três semanas, a solução é paciência. Dentro de um mês, estaremos de volta à Itália para o Tour de France. Vencer o Giro dá a Pogacar uma vantagem psicológica, mas também um desafio fisiológico. Se tudo correr bem, ele competirá com Jonas Vingegaard, Roglic, Remco e outros, visando a dobradinha. Enquanto todos eles também têm suas ambições. Veremos se ele assumiu mais do que pode manejar.
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