Tour de France 2024 — Quatro competidores e um grande show

Tour Roglič, Remco, Vingegaard, Pogačar

Existem quatro competidores principais para o Tour de France de 2024 (Roglic, Remco, Vingegaard, Pogacar). A partir de agora todos os seus movimentos serão analisados. Daqui até o Grand Départ em Florença no dia 29 de junho. Após esboçar um calendário limitado para Primoz.  Aldag estava ansioso para minimizar quaisquer confrontos entre seu novo líder e os outros favoritos ao Tour.

“Não podemos alimentar a empolgação dos fãs e da mídia. ”Quando veremos os quatro grandes se confrontando?”, disse Aldag.

“Queremos batalhar no Tour de France, então não é relevante mirar na Catalunha ou País Basco. O que é relevante é como as corridas nos ajudam para Nice e o final do Tour.”

O caminho do tour

Depois de Pogacar e Jonas mostrarem seus calendários em dezembro, Roglic e Remco seguiram o exemplo. Vingegaard, campeão e defensor é o favorito, é claro, o bicampeão Pogacar é seu desafiante mais óbvio. Apesar da sua participação no Giro d’Italia.

O tour de 2024 tem quatro favoritos, cada um em fases diferentes de suas carreiras. Seguindo seu próprio caminho elaborado para chegar ao evento principal do ano.

Cada calendário vem com uma ressalva, é claro. Mudanças de última hora no cronograma estão cada vez mais na moda entre os grandes do WorldTour.

Tadej Pogacar — a caminho do Tour de France

Pogačar

Pogacar foi o primeiro a revelar seu calendário de 2024, e pegou muitos espectadores despreparados. Ele confirmou que iria fazer sua estreia no Giro antes do Tour. 

Após consecutivos segundos lugares no Tour, havia um consenso de que ele focaria exclusivamente no Tour. O Giro frequentemente tem dificuldades em atrair as principais estrelas. A proximidade dos Jogos de Paris com o final do Tour sugeriu. A RCS Sport de atrair Pogacar estava fadada desde o início.

No entanto, regras normais não se aplicam a ele, que tentará fazer a dobradinha Giro-Tour. Conquistada pela última vez por Pantani em 1998.

Pogacar iniciará sua temporada mais tarde e sacrificará as clássicas de paralelepípedos. Ele participará do Strade Bianche, Tirreno-Adriático, Milan-San Remo e Volta à Catalunha em março. Antes de um período de altitude em abril, com Liége-Bastogne-Liége sendo sua última prova antes do Giro.

Preparação

À primeira vista, é tentador interpretar a decisão de Pogačar de participar do Giro como um reconhecimento. No entanto, isso pode se revelar uma maneira mais confiável de se preparar para o Tour. Mudar sua abordagem dos dois últimos anos pode ser a chave do sucesso.

Em 2024, ao contrário, o foco de Pog será nas corridas por etapas, seu treinamento será adaptado. O treinamento será feito de forma muito específica para o esforço da dobradinha.

Teoricamente, um percurso com cerca de 20% escaladas do que em 2023 deverá ajudar Pogacar no desafio. As etapas de montanha podem fazer com que ele tire a corrida do alcance dos seus rivais.

Na prática, o Giro nunca é simples. Alberto Contador viveu isso em 2015, quando a Astana o atacou quase todos os dias. O objetivo era simples, desgastá-lo para Vincenzo Nibali antes do Tour. Visma-Lease a bike e Bora-Hansgrohe certamente tentarão algo semelhante. Mas se existe alguém no pelotão capaz de aguentar esse tipo de desafio. E conquistar a dobradinha, é claro, é Pogacar.

Calendário Pré-Tour de Pogačar 

  • Strade Bianche (2 de março)
  • Tirreno-Adriatico (4 – 10 de março)
  • Milan – San Remo (16 de março)
  • Volta a Catalunya (18 – 24 de março)
  • Liége-Bastogne-Liége (21 de abril
  • Giro d’Italia (4 – 26 de março

Jonas Vingegaard — a caminho do Tour de France

Vingegaard

Por que mudar uma fórmula funcional? O calendário de Vingegaard é uma cópia do calendário de 2023. A única mudança foi a troca de Paris-Nice pela Tirreno-Adriatico. Essa alteração indica uma batalha com Pogacar em março pelo terceiro ano consecutivo. Nesse ponto, Jonas sabe exatamente o que e quando para chegar com máxima performance no Tour.

Novamente ele começa sua temporada na Galicia no Gran Camiño. A corrida de nível 2.1 permite que ele e sua equipe pratiquem em um ambiente descontraído.

O encontro em março na Itália será de grande interesse. Mas sua relevância para julho é menos certa do que em anos anteriores. Pelo fato de Pogacar tentar a dobradinha.

Depois da Itália, Vingegaard retorna para as familiares terras do País Basco, que foi um passo crucial. O País Basco foi essencial para sua ascensão como concorrente para o Tour em 2021. Há um ano, Vingegaard foi absolutamente dominante no País Basco. Embora a competição deva ser mais intensa dessa vez. Tendo entre os participantes Evenepoel e Roglic, marcando uma ocasião rara. Dois dos principais concorrentes se encontrarão antes do Tour.

Calendário Pré-Tour de Vingegaard.

  • O Gran Camiño (22 – 25 de fevereiro)
  • Tirreno-Adriatico (4 – 10 de março)
  • Itzulia Basque Country (1 – 6 de abril)
  • Critérium du Dauphiné (2 – 9 de julho)

Preparação

Para a preparação final de Vingegaard, ele volta ao Dauphiné pelo quarto ano consecutivo.

Aos 27 anos, ele claramente sabe como se preparar e construir ritmo pesando em julho. A maior mudança para ele será a falta de Wout van Aert como apoio. Wout optou por correr o Giro em vez do Tour.

Nos resta também ver como Sepp Kuss será utilizado após sua vitória na Vuelta em 2023. Vingegaard, está no topo da lista da Visma-Lease, mas Kuss certamente não será solicitado a sacrificar-se.

Remco Evenepoel — a caminho do Tour de France

Remco

Em meio a toda empolgação, pode se dizer que Remco é subestimado. Mantido como um padrão mais elevado do que qualquer ciclista de 23 anos na história do esporte.

Mesmo agora, Evenepoel ainda encontra pessoas duvidando. Se ele é, de fato, um ciclista capaz de vencer Grand Tours. Apesar de ter conquistado o título geral na Vuelta de 2022.

De certa forma, a trajetória de Remco é interessante. Ele chegou ao nível mais alto do ciclismo ainda adolescente, mas aparentemente já formado como atleta. O problema foi o infortúnio de competir ao mesmo tempo que dois gigantes, como Pogacar e Vingegaard.

Mesmo com esse “problema”, ele conseguiu conquistar 50 vitórias antes dos 24 anos. Incluindo uma Vuelta, dois títulos mundiais e duas vitórias na Liège-Bastogne-Liège.

2024 tem sido anunciado como o maior ano para a carreira de Evenepoel. Poucos estreantes foram tão “hypados” quanto ele. 

Calendário Pré-Tour de Evenepoel

  • Figueira Champions Classic (10 de fevereiro)
  • Volta ao Algarve (14 – 18 de fevereiro)
  • Paris-Nice (3 – 10 de abril)
  • Itzulia Basque Country (1 – 6 de abril)
  • Amstel Gold Race (14 de abril)
  • Flèche Wallone (17 de abril)
  • Liège-Bastogne-Liège (21 de abril)
  • Critérium du Dauphiné (2 – 9 de junho)

Preparação

Evenepoel inicia sua temporada em Portugal, participando da Figueira Champions Classic antes da Volta ao Algarve. Em março, ele faz sua estreia em Paris-Nice, que serve para se familiarizar com as estradas francesas. Além disso, após provavelmente um encontro com Vingegaard e Roglic no País Basco, segue para as clássicas. Onde ele busca a terceira vitória consecutiva em Liége-Bastogne-Liége.

Os assuntos realmente sérios, em outras palavras, começam no início de maio. Quando a contagem regressiva para o Tour e as Olimpíadas começa a sério. Tendo em mente o Dauphiné como último teste antes do Grand Départ.

Remco chega como a maior incógnita entre os quatro principais candidatos ao Tour. Não apenas por se estreante, mas porque seus limites ainda são desconhecidos. O Evenepoel de 2023 muitas vezes parecia melhor do sua notável versão de 2022. Muitos acreditam que ainda existem margens para melhoria, ainda mais em corridas mais longas como o Tour. 

Logicamente, é improvável que ele melhore rapidamente para vencer Vingegaard e outros no Tour. O belga continua certo em começar 2024 com essa ambição. O gerente da Soudal Patrick Lefevere, disse “Conhecendo meu caráter e o de Remco, ele quer vencer. Ele é um vencedor, um matador. Ele está indo atrás de uma vitória de etapa como um ponto de partida, mas quer mais.”

Primoz Roglic — a caminho do Tour de France

Roglič

Rold Aldag explicou na última quarta-feira. A dominância na primeira parte da temporada não será uma característica de 2024. No entanto, na Jumbo-Visma, a marca de Roglic era sua incrível consistência em corridas de uma semana.

Roglic venceu 13 de suas últimas 17 corridas por etapas de uma semana. Esse recorde seria ainda mais impressionante se não fossem por quedas graves. Quando a Jumbo-Visma liberou Roglic, eles sabiam estariam deixando uma série de vitórias sair pela porta. No entanto, para sua nova equipe Bora-Hansgrohe, a única vitória que importa é em julho de 2024.

Com isso em mente. Foi explicando que o calendário de Roglic foi projetado para levá-lo gradualmente ao ápice no verão. “Nosso objetivo é o Tour de France e trabalhamos retroativamente a partir disso”, disse Aldag.

Calendário Pré-Tour de Primoz Roglic

  • Paris-Nice (3 – 10 de março ou Tirreno-Adriatico (4 – 10 de março)
  • Itzulia Basque Country (1 – 6 de abril) (Provável)
  • Critérium du Dauphiné (2 – 9 junho)

Preparação

Após um período de treinamento em altitude, Roglic começa sua temporada em março. Ainda não sabemos em qual prova exatamente. Mas seu treinador Aldag disse que isso não importa no momento.

Em seguida ele retorna à altitude antes de uma participação esperada. Todavia ainda não confirmada, na Itzulia Basque Country. Roglic novamente ficará em altitudes elevadas em maio. Antes de usar o Critérium Du Dauphiné como seu último aquecimento para o Tour.

Após vencer o Giro no ano passado, Roglic pensou em enfrentar o Tour de Suisse. Sendo uma das poucas corridas que faltam na sua lista.

Isso significa que Roglic começará o Tour de 2024 com, no máximo, 22d de corridas nas pernas. Sendo menos do que os projetados para Vingegaard (25), Pogacar (38) e Evenepoel (29). No entanto, Aldag, Roglic e seu treinador Marc Lamberts, não planejaram isso no guardanapo. Pelo contrário, o caminho para o Tour de 2024 tem uma lógica por trás.

“É uma construção constante para o Tour”, disse Aldag, destacando uma estratégia de pico para o verão. “O que não buscamos é um pico, seguido de recuperação e construção novamente. Não estamos estressados com o baixo número de corridas. A última coisa que queremos fazer é pressionar Primoz ao máximo. O que queremos fazer é vencer o Tour de France.”

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